ACIDENTES COM CELULARES
Segundo um levantamento da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) o brasil possui mais de um celular por habitante. São mais de 242 milhões de celulares em uso pela população brasileira.
O celular tornou-se um aparelho que mantemos por perto quase que constantemente e utilizamos em quase todas as nossas atividades cotidianas ou seja, se tornou algo imprescindível no trabalho, na faculdade, interação, atividades diárias e etc.
Devido a velocidade no desenvolvimento das tecnologias dos celulares a cada ano que passa temos um crescimento considerável de vendas de novos aparelhos.
Mas será que os dispositivos que fazem parte e acompanham um aparelho celular como baterias, carregadores, fones e componentes eletrônicos podem causar algum acidente para os usuários?
Muitas pessoas esquecem que o aparelho celular é um dispositivo eletrônico e como qualquer outro pode oferecer riscos em certas circunstâncias mesmo que seja considerado algo raro de acontecer.
Especialistas dizem que os riscos de acidentes com celulares existem - embora seja bastante reduzido se forem tomadas as devidas precauções.
Geralmente os acidentes relatados pela mídia em sua grande parte acontecem em decorrência da utilização dos celulares enquanto estão sendo recarregados na rede elétrica. Outros costumam ser em decorrência de equipamentos de procedência duvidosa e acessórios não originais.
Casos ocorridos fora do Brasil
Um caso que chamou a atenção foi a da suíça Fanny Schlatter. Ela estava com o aparelho celular no bolso e teria ouvido uma explosão parecida com a de fogos de artifício, sentindo logo depois cheiro de substâncias químicas. Em seguida, suas calças pegaram fogo. Fanny Schlatter foi socorrida por sua chefe, Stephane Kubler, e por colegas de trabalho.
Quando chegaram até a vítima, já havia chamas na altura dos ombros. Em seguida, Schlatter foi levada ao banheiro e os colegas conseguiram apagar o fogo, o que não impediu que a jovem ficasse com queimaduras de segundo e terceiro grau na coxa direita.
A explicação para o caso é a explosão da bateria, feita de um composto de lítio, que em contato com oxigênio ou umidade, pega fogo espontaneamente. Fanny alegou que o dispositivo era original, bem como todas as suas peças, o que levou o caso a ser investigado na Coreia do Sul para mais detalhes.
No entanto, dois estudos um realizado pela própria Samsung e outro pela EMPA Materials Science & Technology - chegaram à mesma conclusão, após investigarem os restos do aparelho e o que restava da bateria colada ao aparelho: a bateria utilizada no aparelho era não autorizada pela Samsung, ou seja, era uma bateria pirata.
Outro caso intrigante foi o da aeromoça chinesa Ma Ailun, de 23 anos, que morreu eletrocutada após atender seu iPhone enquanto ele estava ligado à tomada. O caso ficou sem grandes explicações tanto da Apple quanto da polícia local.
A notícia da morte da chinesa veio acompanhada de um alerta, orientando a não usar aparelhos celulares enquanto estão sendo carregados.
Ma Ailun morava na cidade de Changji, na província de Xinjiang, a noroeste do China. A família teria informado que o aparelho era um iPhone 5, e segundo eles se tratava de um aparelho original.
Posteriormente, uma emissora de TV local obteve a informação com a família da jovem de que o carregador poderia não se tratar de um equipamento original que a jovem também teria atendido o celular logo após sair do banho.
A Associação de Consumidores do país asiático fez um alerta após o ocorrido sobre a “inundação” de carregadores sem certificação de segurança no mercado chinês. Sem meias palavras, a organização falava que carregadores falsos poderiam transformar aparelhos eletrônicos em “granadas de bolso”. Além disso, uma das suspeitas é de que o carregador seja compatível apenas com o padrão de 100 volts de Hong Kong, Taiwan e Japão e não com os 220 volts da China continental.
Casos ocorridos no Brasil
No ano de 2018 Lucas Jean Marsola, um jovem de 22 anos, recebeu um choque elétrico por utilizar seu celular enquanto estava sendo recarregado em uma das tomadas da sua casa. O Jovem como consequência teve uma parada cardíaca e morreu, em Taubaté, no interior de São Paulo.
Os bombeiros ao chegarem na casa do rapaz tentaram fazer massagem cardíaca, mas infelizmente sem sucesso.
Elisa Rodrigues de apenas 5 anos, teve queimaduras de 2º grau após o celular que utilizava explodir enquanto carregava na tomada, em Campinas, São Paulo. De acordo com informações, a mãe da criança estava na lavanderia quando escutou um forte barulho na sala.
Ao chegar no cômodo, Liliane Cristina Rodrigues, 37, viu a filha em chamas. Elisa pegou o celular da mãe para jogar, no momento que ele estava carregando. Pouco tempo depois, ocorreu a explosão.
Elisa sofreu queimadura nos dois braços, nas duas pernas e no tórax, além de lesões nos lábios e nas narinas.
Paulo Vitor Cochrane Chaves Torres, um jovem de apenas 18 anos, foi vítima de um trágico acidente, em Paragominas. O jovem foi encontrado já sem vida dentro de seu quarto.
Segundo familiares, o jovem foi encontrado morto com os fones de ouvido do celular, com o aparelho carregando na tomada. A principal hipótese é que o rapaz tenha sofrido uma descarga elétrica e a corrente o atingiu pelos fones.
Regulação e cuidados
No Brasil, aparelhos celulares e tablets só podem ser vendidos no mercado se forem homologados pela Anatel. Isso implica que os equipamentos terão de passar por uma bateria de testes feitos por laboratórios credenciados que atestarão a qualidade do produto.
São objetos de análise o telefone, o celular e o carregador (em separado). Cada um recebe um adesivo com o símbolo da Anatel se aprovado. “São normas bem rígidas, tanto é que muitas empresas estrangeiras reclamam da burocracia do processo quando chegam por aqui, a homologação aqui é mais apertada mesmo”, diz a pesquisadora do CPqD.
Essa é a principal razão pela qual não se recomenda a compra de equipamentos não originais, que não passam pela certificação da agência. O aparelho pirata não é mais barato por mero acaso, é porque ele deixou de passar por algum processo importante de qualidade.
Se a consequência for a diminuição do tempo de vida útil do aparelho ou da bateria, tudo bem. O real problema é quando a ausência de qualidade afeta a segurança.
A regulação, ensaios de homologação e certificação são parâmetros mínimos e servem justamente para que acidentes não aconteçam.
Riscos ao utilizar baterias e carregadores não originais
A utilização de baterias ou carregadores não originais e não certificados pela Anatel, bem como a utilização de cabos desencapados ou em mau estado de conservação pode aumentar consideravelmente a probabilidade de um acidente fatal. Mas isso em grande parte se deve pela imprudência do usuário ou desconhecimento ao utilizar dispositivos não originais ou provenientes de origem duvidosa.
Quais são os riscos de utilizar o celular na tomada?
É fato que nem carregador, bateria ou celular são construídos para dar choque ou explodir. Em contrapartida o risco existe mesmo que seja raro e esse risco pode aumentar substancialmente se forem somados a outros problemas.
Ao utilizar o celular enquanto está carregando na tomada mesmo que raro o carregador pode potencialmente transferir essa energia através do cabo elétrico. Algumas falhas no próprio carregador do celular, ou na instalação elétrica do usuário somados a fatores de risco e imprudência como estar com o corpo úmido por exemplo, completam o cenário propício para choques.
Outro fator é que caso o carregador ou a bateria do celular sejam provenientes de origem duvidosa ou não originais eles não foram submetidos a testes regulatórios e de segurança e por consequência se houver falha no carregador ou na própria bateria não originais os mesmos podem não dispor de dispositivos de segurança e material adequado para evitar acidentes, bem como podem danificar o aparelho de alguma forma.
O ideal é sempre utilizar acessórios originais, certificados e em bom estado de conservação e como um acidente mesmo que raro é possível de acontecer recomenda-se que a pessoa não faça uso do aparelho com ele conectado à rede elétrica.
Quais são os riscos do celular na tomada em dias chuvosos?
Em dias muito chuvosos o risco de uma descarga elétrica aumenta substancialmente. O ideal em dias chuvosos e com descargas atmosféricas é inclusive desconectar o aparelho da tomada evitando que uma descarga elétrica danifique o aparelho e sobretudo evitará que o usuário receba uma potencial descarga elétrica provenientes de raios. A corrente do raio pode atravessar o dispositivo e a pessoa que estiver em contato com ele.
Porque os celulares podem explodir?
Geralmente, a culpa de uma explosão é da bateria. As versões atuais são constituídas por uma única célula de lítio-íon, metal que, em contato com a água ou o oxigênio, inicia um processo de combustão espontânea que é bastante violento.
Para conter a explosão, um solvente orgânico é usado para impedir a formação do lítio metálico e garantir que ele não entre em contato com um meio aquoso, usado em outras baterias, o que causaria uma explosão. “Esse solvente orgânico (eletrólito) é estável numa faixa estreita de tensão e temperatura.
Se determinados valores de sobretensão, subtensão e temperatura forem ultrapassados, o eletrólito sofrerá reações exotérmicas (liberação de calor) que poderão levar a bateria a pegar fogo ou mesmo explodir.
Isso significa que o componente que impede a explosão – chamado eletrólito – deve sempre ser mantido em uma temperatura estável que é controlada por um circuito eletrônico chamado BMS. O problema é que, se esse componente funcionar mal, a temperatura pode subir e aí acontece a explosão. Por este motivo se recomenda sempre a utilização de baterias originais e certificadas garantindo a segurança que o sistema de gerenciamento da bateria (BMS) pode garantir.
Dicas para evitar acidentes com o aparelho celular
Evite carregar o aparelho celular durante chuvas fortes e longas, há a possibilidade de que raios atinjam o sistema elétrico, caso isso ocorra enquanto uma pessoa utiliza o aparelho na tomada existe o risco de descargas elétricas e como consequência.
Opte sempre por cabos originais, e sempre cabos em bom estado de conservação. Utilizar os acessórios originais e em bom estado pode fazer com que o aparelho e sua saúde sejam preservadas.
Sempre utilize baterias originais, se for necessário fazer a troca da bateria de um aparelho celular, opte pelo original. Utilizar baterias de procedência duvidosa podem comprometer o aparelho, além disso, baterias podem acabar dilatando por serem compostas por elementos químicos que podem ocasionar explosões. Grande parte dos relatos de acidentes com explosões de celulares relatados pela mídia provem da utilização de baterias não originais.
Não abafe o celular, por isso, não deixe o aparelho carregar embaixo do seu travesseiro ou do seu corpo. O superaquecimento pode prejudicar a bateria do seu celular ocasionando problemas como explosões ou incêndios.
Em caso de problemas, mantenha-se longe do aparelho e, caso seja necessário, contate o fabricante.
Ao comprar celulares usados certifique-se que todos os acessórios sejam originais.
Não utilize fones de ouvido enquanto o aparelho celular carrega.
Não deixe o celular carregando em locais úmidos.
Não deixe o carregador na tomada após concluir o carregamento do aparelho.
Quando for dormir, deixe o aparelho longe de você e de objetos inflamáveis.